Já foi notícia várias vezes no Tugaleaks. Este é mais um incidente na longa lista de situações já ocorridas em Portalegre.

“Coronel Papafina Vivas, do Comando Territorial de Portalegre, desloca-se em viatura paga pelo dinheiro dos contribuintes em assuntos não oficiais. Carro pessoal é guardado pela GNR aos dias de semana”. Foi assim que no dia 6 de março o Tugaleaks noticiou, em exclusivo, o uso da viatura profissional, cedida pela GNR, para questões pessoais.

E voltou a fazê-lo, alegadamente.

De acordo com fontes que pretendem ficar anónimas com medo de represálias, o Coronel voltou a utilizar alegadamente a sua viatura pessoal para coisas pessoais.

Desta vez, no Continente Modelo de Portalegre. Tudo aconteceu no dia 20 de maio pouco depois das 13h. O carro do Coronel, para uso em situações da Guarda, foi encontrado e fotografado no parque de estacionamento da referida superfície comercial.

Pouco tempo depois, o mesmo Coronel era visto, alegadamente, dentro do hipermercado na zona da fruta, de fato de treino e com um cesto de compras na mão.

A situação foi presenciada por algumas pessoas que contaram ao Tugaleaks o sucedido, sabendo dos vários artigos já escritos sobre este militar.

A foto do carro estacionado pode ser vista aqui:

Este é o mesmo caso (e carro) que o Tugaleaks publicou há algumas semanas, do carro do militar estacionado ao fim de semana dentro de instalações da GNR enquanto aos dias de semana era no mesmo local guardado o seu carro pessoal.

Punição pelo mesmo motivo

Num processo paralelo, um cabo-chefe e um cabo da escola segura, em Elvas, foram não há muito tempo punidos pelo mesmo Coronel por… fazerem exatamente isto.
Tratou-se de uma punição por peculato que foi muito idêntica a esta. Foram afastados do seu patrulhamento habitual e condenados em tribunal. 

Associação pede investigação

O Tugaleaks contactou a GNR. Como habitualmente, e há vários anos tem sido assim, remeteram-se ao silêncio. Também o MAI, como habitualmente, não quis prestar declarações.

Contactada a maior associação representativa dos profissionais da GNR, a APG, César Nogueira presidente da associação pede que “se averigue e a ser verdade esperemos que o Comando Geral aja da mesma forma como o faz quando são profissionais de posto e categoria inferior”.

Numa outra nota, afirma que “não exigimos que seja com a mesma rapidez que aje quando se refere a dirigentes associativos, que aí os processos disciplinares, e agora até criminais, são imediatos. Mas que exista responsabilização, pois a ser verdade para além de ser ilegal é um mau exemplo, de quem exerce funções de comando, para os seus subordinados”.

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Foto: Rádio Elvas