Foi preciso a “mobilização de diversas entidades internas” da GNR para evitar o pior para este militar que, supostamente, já tinha antecedentes deste género praticados em serviço.
C. F., operacional do Destacamento de Trânsito de Carcavelos (DT Carcavelos) da GNR, na linha de Cascais, sofreu recentemente, segundo o Tugaleaks apurou, uma depressão psicológica. Apenas com a ajuda dos seus companheiros terá sido possível evitar o pior para ele e para a sua família.
De acordo com uma das nossas fontes, o agente de autoridade “barricou-se em casa, com a pistola ‘glock’ de serviço” e a situação terá mesmo levado “à intervenção de psicólogos da GNR”. “Ele teve de ser internado compulsivamente”, explicou a mesma fonte, acrescentando: “Deve ter sido uma confusão no prédio. Ele destruiu a mobília toda de casa”.

 

GNR confirma

Contactado o Gabinete de Relações Públicas da GNR, um responsável confirmou que “ocorreu uma situação que envolveu um militar do Destacamento de Trânsito de Carcavelos, que manifestou alguns problemas do foro psicológico” não tendo no entanto tecido comentários quanto ao alegado motivo que terá causado o problema. Adiantou, no entanto, que “o militar em questão está, neste momento, a ser acompanhado e medicado em resultado da ocorrência”.

 

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Como tudo aconteceu

A 1 de Maio, dia em que o militar não estava ao serviço, este terá ido ao posto onde presta serviço buscar a arma que alegadamente levou para a sua residência. Pouco tempo depois barricou-se em casa e, assim que os seus companheiros descobriram a situação, foram deslocados elementos da GNR para o local.
A arma foi entregue ao graduado de serviço cerca das duas da manhã do dia 2 de Maio, depois do incidente que envolveu segundo a GNR “diversas entidades internas especializadas neste tipo de situações, a exemplo do Gabinete de psicologia da GNR” e “ainda a mobilização de um oficial do Comando do Destacamento à residência do próprio militar”.

 

Fontes oficiosas que estão dentro da situação garantiram que “o caso está a ser abafado” porque “ele já tinha antecedentes de ameaças com arma de fogo, e foi seguido em psiquiatria quando pertencia ao GAC, na antiga BT“. Quando a Brigada de Trânsito foi extinta o operacional da Guarda “veio para Carcavelos e era o recordista das multas, batia todos os recordes de levantamento de autos”. A GNR, por sua vez, é lacónica na sua posição oficial: “Lamentamos a utilização da expressão ‘abafar’ a que Vossa Excelência faz referência no e-mail por não ter sido, de forma alguma, esse o objetivo da ida do oficial à residência do militar”, no entanto, não foi explicado se efetivamente foi criado um processo crime relacionado com este incidente.

 

Ameaças de morte

Supostas ameaças de morte a um sargento ao serviço nas Janelas Verdes, em Lisboa, e as “cunhas”, como lhes chamam as nossas fontes, terão valido ao elemento da GNR que se barricou em casa um lugar de secretariado no passado e um acompanhamento psiquiátrico recente, que agora terá passado a internamento.