Foi buscar a arma de serviço, foi para casa e ameaçou matar a família. Há duas semanas que está novamente numa patrulha e com arma de fogo. Parece que não houve processo disciplinar.

O Guarda Carlos F. foi notícia há meio ano no Tugaleaks. O militar já tinha antecedentes similares praticados em serviço e em meados deste ano sofreu uma depressão psicológica, ao que tudo indica.

Na altura escrevia o Tugaleaks que “apenas com a ajuda dos seus companheiros terá sido possível evitar o pior para ele e para a sua família”.

Na altura, o militar foi buscar a sua arma ao destacamento de Carcavelos, uma ‘globk’, levou-a para casa e barricou-se com ela. Ameaçou matar a família e ele. A ajuda de um camarada de serviço evitou o pior. A situação obrigou mesmo à intervenção de psicólogos da GNR e o militar teve que ser internado compulsivamente após ter tentado ‘esganar’ um psicólogo. Ao que tudo indica destruiu ainda grande parte da mobília na sua casa, escrevia o Tugaleaks na altura.

Leia a história toda aqui 

 

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Meio ano depois, aparentemente, o Guarda Carlos F. está muito melhor.
O militar voltou ao serviço no Destacamento há algumas semanas. Há alguns dias foi colocado numa patrulha com a arma de serviço.

Não existiu ao que conseguimos apurar qualquer processo disciplinar, e toda a gente, incluindo colegas, questionam o facto de ele ter voltado ao serviço e mais grave ainda numa patrulha, onde uma ação rápida e uma mente sã é o fundamental para garantir as seguranças dos seus camaradas.

O Tugaleaks sabe que o militar vai regularmente ao psiquiatra do Centro Clínico da Guarda, nas Janelas Verdes em Lisboa.

 

Os motivos e a Comandante

O militar foi colocado na patrulha dizendo aos colegas que pediu à Comandante de destacamento para a integrar. No entanto, o Tugaleaks sabe que as razões podem estar ligadas ao facto do militar ser o “campeão das multas” no Destacamento de Trânsito. Passa muitas multas, o que fica sempre bem aos olhos superiores, mesmo que a maioria viesse depois anulada. “O número é que conta”, conta-nos uma fonte próxima do caso.

Em suma, a Comandante autorizou a entrada de um militar numa patrulha e permitiu o uso de arma a quem está a ser acompanhado psicologicamente.

Alguns colegas de patrulha e do destacamento mostram-se apreensivos em trabalhar com ele.

 

GNR não cumpre a lei

O Tugaleaks tentou insistentemente contactar a GNR sobre estes factos, os quais esta não comentou. A Divisão de Comunicação e Relações Públicas da GNR ultrapassou o prazo legal para resposta de dez dias úteis, pelo que o Tugaleaks dará conhecimento desta situação ao Comandante Geral, não invalidando qualquer processo administrativo que venha a decorrer pelo não cumprimento do prazo legal previsto no Código do Procedimento Administrativo.

Estranhamente, a GNR deixou de enviar qualquer resposta às perguntas do Tugaleaks desde que a visada em várias notícias, a Comandante Cláudia Santos, passou a ser notícia mensal (e agora semanal) no Tugaleaks. Também não comentaram o motivo pelo qual, na sequência de vários aparentes crimes públicos, a GNR não dá conta dos mesmos ao Ministério Público.

 

Depois da nossa última notícia com a foto e o link do Facebook da comandante, esta decidiu apagar a sua conta na rede social.

 

Estas são as pessoas que a GNR coloca na estrada.
Caro cidadão, tenha cuidado.