Pelas primeiras horas da manhã a PSP já estava à porta. Mas durante a noite, activistas pernoitaram no museu após o início de uma ocupação que começou pelas sete da tarde.

Não existe um Ministério da Cultura. Existe um Secretário de Estado da Cultura, o que desde já diminui a atenção que é dada à cultura, comparativamente com o Brasil que tem o Ministério Referido.

“Em defesa da arte, da cultura. Estamos aqui não contra o museu mas em defesa com o museu” contou Rui Mourão ao Tugaleaks.
As exigências são bastantes, como por exemplo “1% do Orçamento de estado para a Cultura, todos os domingos gratuitos no acesso museus, um Ministério da Cultura e não um Secretário de Estado da Cultura”, basicamente “queremos uma reunião com o Ministro da Cultura”.

Tudo começou com uma exposição às 19h ño Museu Nacional de Arte Contemporânea do Chiabo sobre protesto político. Na altura, Rui Mourão iria mostrar uma instalação em vídeo mas pouco depois desse horário foi efectuada a ocupação do museu. Esta exposição iria ter o apoio económico da Sonae..

“O museu não tinha nenhuma informação” sobre o que ia acontecer.

O Tugaleaks esteve presente pelas 22:45 de ontem e testemunhou que a ocupação era pacífica e que estava a decorrer uma assembleia popular para discutir o estado da arte.

Para Rui Mourão há uma “barreira económica” num património que é “elitista no acesso”, porque embora os acessos aos museus esteja em alguns locais mais caro, por outro lado o dinheiro que é pago “vai para o orçamento de estado” e não para o museu.

 

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Director do museu sente-se “traído”

O director do museu recusou falar ao Tugaleaks e impediu a nossa entrada no museu para acompanhar a situação, de claro interesse público.

No entanto, minutos depois de nos recusar a entrada, o Tugaleaks ouviu parte de uma conversa entre o director do museu e uma pessoa que estava do lado de fora da grave que separa o museu da rua onde este se sentia “traído” por Rui Mourão.

Segundo uma fonte confirmou mais tarde no local, o director do museu terá alegadamente indicado à mesma pessoa com quem falava que “ele ficou a perder” porque “a Sonae nunca mais vai querer saber disto”.
Continuou, alegadamente em conversa, a indicar que “até posso estar de acordo com algumas ideias, tem ideias interessantes mas foi incoerente neste processo” porque teria aceitado o apoio da Sonae e depois terá feito esta “situação”, que na visão do director do museu será alegadamente “parte do jogo” porque “eles adoram isto, está a dar-lhe entusiasmo”.
Contou-nos a mesma fonte que terá alegadamente ouvido o director dizer “eu joguei limpo com ele, e eu não suporto traição”.

Pelas 9:30 a PSP estava à porta do museu e tinha questionado os ‘ocupas’ sobre o que iriam fazer, não descartando a possibilidade de entrarem à força.
Contactada a PSP, mas o oficial de serviço, não tendo conhecimento da situação, não quis prestar declarações.

 

Para quando um Ministério da Cultura?