Os ordenados em atraso na Bulhosa Livreiros continuam. Houve ainda um trabalhador suspenso por falar para a SIC e continuam, todos eles, descontentes com a situação.

 

Bulhosa Livreiros há mais de um ano com pagamento de ordenados irregulares

 

No mês de Abril o Tugaleaks denunciou o que é infelizmente apenas mais um roubo de empresas privadas aos trabalhadores. Várias pessoas, com e sem famílias, com muita ou pouca antiguidade, estão com pagamentos irregulares na Bulhosa Livreiros há mais de um ano. Afecta a todos, mas ninguém faz nada.

O clima de silêncio na Bulhosa é aterrador. Segundo uma fonte indicou ao Tugaleaks, “Todos os grupos parlamentares receberam a comissão sindical da Bulhosa, todos estão a par da situação de ordenados em atraso, mas pura e simplesmente ninguém diz nada”.

Um documento – na altura confidencial – a que o Tugaleaks teve acesso, indica fortes críticas sobre os sindicados e trabalhadores. Podemos ler que “Com as posições públicas (…) não permite que sejam bem-sucedidos os esforços que Trabalhadores e Administração fazem para recuperar as dificuldades que a empresa atravessa”. Ainda é possível ler no mesmo documento que “A administração da empresa não pode deixar de alertar os trabalhadores (…) para estas posições públicas lesivas da empresa, bem como dos interesses e direitos laborais”.

Entretanto segundo a mesma fonte, na Bulhosa Livreiros “há casos de decisões de despedimento unilateral por parte de trabalhadores, suspensões de contrato de trabalho, queixas à ACT, audiencias com os grupos parlamentares, reuniões constantes promovidas pela comissão sindical, muito desespero e algumas situações dramáticas, mas infelizmente prevalece o medo e uma atitude pouco empenhada e organizada”.

A Bulhosa Livreiros foi contactada pelo Tugaleaks e até à data deste artigo não respondeu aos nossos contactos.

 

Apenas mais um caso dos muitos que se escondem

Mais um caso onde repetidamente se violam leis laborais e onde o medo paira sobre trabalhasdores. A insolvência da Newtime no ano passado a recente denúncia da EGOR este caso da Bulhosa e outras denúncias que plataformas como os Precários Inflexíveis fazem, mostram o grande clima de austeridade laboral que vivemos.

É este o tipo de atitudes de denúncia por justa causa que as empresas em Portugal temem. E este tipo de atitudes que merecem ser denunciadas publicamente, embora a Bulhosa, segundo o seu comunicado há quatro meses, não o deseje.