Há três meses que não são pagos o subsídio de transportes a quem está nos cursos técnico-profissionais. Duas escolas do Norte parecem não se preocupar muito.

Provavelmente passa-se em mais escolas do país mas foi em escolas no Norte de Portugal que o Tugaleaks encontrou atrasos de mais de três meses. Na Escola Secundária de Rio Tinto e na Escola Secundária de Gondomar.

 

Alunos andam uma hora a pé para a escola por atrasos no pagamento dos passes

 
Na Escola Secundária de Rio Tinto quando questionados sobre o “problema” dos passes respondem que “Não temos autorização, a culpa não é da escola”.
Já na Escola Secundária de Gondomar a resposta chega um pouco mais extrema onde na secretaria afirmam que “Nós já fizemos os pagamentos a semana passada aos nossos alunos não temos culpa se não receberam”. Apenas um dos três alunos, segundo fonte indicou ao Tugaleaks, tem o dinheiro na conta, e um dos alunos que não tem dinheiro para comprar o passe insistiu com a escola e recebeu ainda a resposta de que “tem que fazer um esforço”.

Uma das alunas confirmou também à mesma fonte que não tinha dinheiro para comprar o passe e que tinha que ir uma hora a pé todos os dias para a escola. Já acumula algumas faltas e atrasos nas primeiras horas da manhã.

Embora seja factualmente estranho pedir esforços em nome de uma crise a pessoas que ainda não podem ou “sabem” votar, torna-se claro que a culpa é de todos menos dos estudantes.
O Tugaleaks tentou contactar as duas escolas visadas na semana passada que se remeteram até agora ao silêncio.

Os cursos afectados são, entre outros, Técnico de Comércio, Técnico de Turismo, Técnico de Artes Gráficas, Técnico de Gestão do Ambiente e Técnico de Gestão de Equipamentos Informáticos e Técnico de Secretariado. Os meses em falta são Setembro, Outubro e Novembro. Cada passe pode custar em média mais de 30EUR.

 

O PCP já tinha reparado na situação e fez uma pergunta ao Governo. Até agora, a resposta não foi publicada no site do PCP. Mais do que resposta, é necessário munir os alunos, muitos deles carenciados, de condições de estudo adequadas. São direitos básicos de educação, usurpados mais uma vez pela palavra crise.