Foi na edição da semana passada numa peça intitulada “Mentiras Virais” que descredibilizaram duas das nossas publicações. O Tugaleaks está indignado porque não houve investigação e fizeram citações fora do contexto.

A 5 de Janeiro chegou um e-mail ao Tugaleaks como tantos outros. Um e-mail com perguntas, às quais respondemos sempre. Esse e-mail identificava-se como sendo de uma revista sábado. No entanto o e-mail vinha de um endereço Hotmail.

A conversa seguiu-se desta forma:

Exmo. Sr. Rui Cruz,

Sou jornalista da revista “Sábado” e venho por este meio colocar-lhe algumas questões:

[perguntas efetuadas, repetidas mais á frente no artigo]

Aguardo pela sua resposta. Muito obrigado.

Melhores cumprimentos,

Gustavo Sampaio

A nossa resposta, passado 1:20 foi simples e direta:

Boa tarde.
Para prosseguir com o seu pedido de resposta por favor indique o contacto fixo da sua redação ou envie um e-mail de um endereço do grupo Cofina e não de um Hotmail.

A resposta que recebemos não foi com o número da redação, mas sim um número de telemóvel. O Tugaleaks pauta-se por ao longo de um ano, ter criado raízes e conhecimentos um pouco por todo o lado, que nos podem ser úteis em casos destes. Tal aconteceu e depressa foi confirmado por duas pessoas que este jornalista, Gustavo Sampaio, trabalhava realmente para a revista SÁBADO.
Recordamos também que o jornalista decidiu omitir o âmbito das perguntas, ou o tipo de artigo que iria escrever. O Tugaleaks supôs ser uma investigação à AR, mas estranhou uma vez que já tinha sido discutido nos comentários como ter sido já corrigido. No entanto respondemos; porque é um dos nossos alicerces responder aos media e ajudar na informação correta sobre novas tecnologias, leaks e derivados.

Após uma troca de e-mails e do nosso contacto para o telemóvel enviado (e não número da redação) enviamos as seguintes respostas:

1. Relativamente à mensagem publicada no “Tugaleaks” a respeito da alegada manutenção dos subsídios de férias e de Natal de 2012 pelos deputados à Assembleia da República, tem conhecimento de que a mesma é falsa, dado que o Orçamento de Estado para 2012 posteriormente aprovado ao Orçamento da Assembleia da República faz incidir os cortes nos subsídios dos deputados?
No caso de estarmos a tentar insinuar que existem coisas no DR que são publicadas de forma menos verdadeira, estou 100% de acordo. À data da referida publicação no nosso site, tudo apontava para que fosse algo verdadeiro.

2. Caso não tenha conhecimento (apesar dos alertas de internautas na própria página do “Tugaleaks”), tenciona retirar ou corrigir a mensagem em causa?
Quando o Tugaleaks dá uma notícia, esperamos comentários. Os comentários são, na nossa opinião, tão ou mais importantes que a nossa notícia. Sendo que os comentários indicam que a notícia é temporariamente verdadeira (e não falsa), deixamos ao critério do leitor a leitura dos comentários e a sua própria análise ao conteúdo. Ninguém pode negar que aquela informação saiu em DR, portanto em determinada altura, ela foi verdadeira.

3. Caso já tenha conhecimento, porque é que ainda não retirou ou corrigiu a mensagem em causa?
O Tugaleaks não remove notícias. Isso seria remover os comentários, e seria também dar azo a termos problemas contra aquilo que precisamente lutamos: a censura.
Vou dar como exemplo os ataques que informamos haver o site X em baixo. O site volta, e a notícia fica desatualizada. Mas a dado momento, o que referimos, aconteceu. Passa-se exatamente o mesmo com a notícia em causa, caso seja realmente de teor desatualizado.

4. Para além da transparência, o “Tugaleaks” também se rege por critérios de “verdade”?
Claro. No entanto é preciso esclarecer que “nós” não fazemos a notícia. Alias 75% das informações do site em Novembro e Dezembro são de contribuições de internautas. Tentamos publicar a verdade o melhor que conseguimos. Mas é facto que não temos recursos ou advogados, nem dinheiro para ambos. O Tugaleaks é um movimento e uma plataforma de divulgação de outros movimentos. Sem o público não somos nada. E se por ventura algum dia a verdade for dita a 100% por todos os envolvidos até hoje nas matérias que expusemos, o Tugaleaks não irá fazer sentido nesse dia.

A resposta foi enviada dia 9. Sexta feira passada alguém contactou o Tugaleaks e mencionou que estávamos mencionados na revista SÁBADO. Compramos a revista e ficamos desiludidos.

Revista SÁBADO

Revista SÁBADO

A peça chama-se “Mentiras virais” e as partes do Tugaleaks podem ser vistas nestas imagens.


O Tugaleaks considera que o jornalista violou o Código Deontológico do Jornalista na seguinte parte: “1.O jornalista deve relatar os factos com rigor e exactidão e interpretá-los com honestidade. Os factos devem ser comprovados, ouvindo as partes com interesses atendíveis no caso. A distinção entre notícia e opinião deve ficar bem clara aos olhos do público.
Mais, o jornalista fez uma citação fora de contexto uma vez que a mesma tinha continuidade e indicava os nossos motivos. Além do bom nome do nosso fundador, Rui Cruz, ter sido colocado em causa, houve desinformação jornalística ao mais alto nível. E não comprovou mentiras algumas. E vamos prova-la em dois simples pontos:

 

A primeira parte

Ao contrário do que é referido na segunda, o jornalista não colocou à disposição do público informação do Sr. José Sócrates ou família a desmentir a conta offshore. Alias, ninguém o fez. Por que razão a apelidou de mentira? Será interesse político ou falta de investigação?

 

A segunda parte

A segunda notícia vem desmentira por Francisco Louçã. Mas a nossa fonte foi o DR. O jornalista está a indicar que um documento do estado é falso, ao chama-lo de mentira? Naquela altura, naquele dia, foi verdade. A mentira, a haver mentira, é posterior à publicação do DR. Ou seja, em determinado momento, a notícia é verdade.
Para colocar as coisas de uma forma mais simples: ontem foi colocada uma noticia no site da SÁBADO, “Nazaré: Incêndio em cave“. Se hoje o fogo já estiver extinto, a notícia passa automaticamente a ser falsa?

 

Neste contexto, vamos enviar para Miguel Pinheiro, diretor do SÁBADO, o seguinte pedido de direito de resposta:

(…)

Nos termos legais do Direito de Resposta, previsto na Lei de Imprensa (Lei n.º 2/99, de 13 de Janeiro), solicito direito de resposta ao artigo da edição da semana passada da SÁBADO da pág. 52, intitulado Mentiras Virais.

Para mais informações sobre os nossos motivos, consultar www.tugaleaks.com/revista-sabado.html. A resposta a publicar é a seguinte:

Como responsável do Tugaleaks, repudio a forma como uma citação minha foi colocada nesta publicação de forma descontextualizada no artigo Mentiras Virais. O Tugaleaks não publica mentiras, mas sim informação. Cabe ao cidadão achar ou não que a mesma é verdadeira ou falsa.
Não se tratou deste artigo, que nos citou e apelidou como “mentira” quando não houve sequer investigação ao que publicámos no nosso website.
Mais informo que o Tugaleaks sempre se pautou e vai continuar a pautar pela máxima verdade que, não como jornalistas mas sim como cidadãos, conseguirmos encontrar.
Pela liberdade, hoje e sempre!
P’lo Tugaleaks
Rui Cruz

(…)

E vamos terminar este post com o seguinte sensacionalismo:

Um detalhe que tem que saber!

O jornalista em causa não tem acesso ao Hotmail no emprego nem tem e-mail da empresa. É de lamentar. Mas de futuro use Gmai, Hotmail estava na moda mas era em 2004…

 

Download da capa das duas páginas completas da notícia